Editorial

Aos poucos, o reconhecimento

Começou, na última semana, a Copa do Mundo Feminina, que acontece neste ano na Austrália e Nova Zelândia. Essa edição do DP chega na mão dos leitores, na manhã desta segunda (24), muito provavelmente enquanto o Brasil estiver em campo, contra o Panamá, em sua estreia, às 8h. Com transmissão maciça e recordes quebrados já nos primeiros dias, como maior público já registrado em uma partida maior pico de audiência em seus países sede e transmissão para 180 nações, o fato é que o mundo parece estar evoluindo para, cada vez mais, apreciar o futebol enquanto modalidade, sem distinção de gênero de quem está em campo.

Claro, ainda é gritante a discrepância geral em praticamente tudo quando se compara o futebol masculino e o feminino. Espaço na mídia, salários aos atletas, investimento dos clubes, enfim… Espera-se que cada vez mais esse caminho, ainda longo, possa ser encurtado. E isso passa pela visibilidade e pela compreensão. Críticas descabidas, como a suposta baixa qualidade técnica, são esmagadas pela realidade. O próprio gol da atleta neozelandesa Hannah Wilkinson, o primeiro do campeonato, demonstra qualidades nas principais valências do esporte: técnica, tática e vigor físico. Da saída da própria área até o fundo da rede, foram seis toques na bola e a defesa da Noruega completamente desmontada..

O Brasil ainda figura entre os potenciais azarões do campeonato enquanto busca seu primeiro título, muito pelo tardio investimento na modalidade, em comparação com outros países como Estados Unidos e seleções europeias. A dupla Gre-Nal, por exemplo, só reativou seus times femininos em 2017. Ainda assim, já lota estádios e briga na frente em campeonatos. Um exemplo positivo e histórico vem da nossa cidade. Com as Lobas completando 27 anos de atividades, em um trabalho de formação fantástico coordenado por Marcos Planela, que atua no sentido social e esportivo. Como destacado nas reportagens de Gustavo Pereira publicadas na última semana, é uma ação de persistência latente e constante reformulação para manter vivo o projeto ligado ao Pelotas.

O momento agora é de torcida pela amarelinha, na expectativa da craque Marta obter a última glória que falta na sua brilhante carreira. Mas é, também, de celebrar que, finalmente, o futebol feminino vem sendo valorizado. Fica outra torcida: para que isso não pare por aqui, e siga cada vez mais tendo investimentos, evoluindo e encantando.


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